EM TEMPOS DE PERIGO DIGITAL SÓ O AMOR INCONDICIONAL SALVARÁ NOSSOS JOVENS

EM TEMPOS DE PERIGO DIGITAL SÓ O AMOR INCONDICIONAL SALVARÁ NOSSOS JOVENS

Recentemente assisti duas séries no Netflix – Adolescência e Cilada, respectivamente – que me colocaram em profunda reflexão.

Em ambos os casos a internet aparece como pano de fundo de famílias onde a relação dos pais com os filhos adolescentes aparece de forma distante e pouco aprofundada, onde a amizade e o diálogo dão lugar a um relacionamento quase vazio, a presença dos pais na vida dos filhos aparece de forma muito superficial.

Nesse cenário sombrio, triste e de quase abandono emocional, -justamente em uma etapa da vida onde as dúvidas e os sentimentos conflituosos surgem como um turbilhão diário e uma montanha russa desgovernada – surge a internet trazendo os jogos interativos e redes sociais como um substitutivo no contato humano. Ali nascem amizades, inimizades, namoros, a sexualidade aflora, é possível estudar, aprender, mas também é uma porta aberta para um mundo para o qual os nossos jovens  ainda não estão preparados para lidar: o mundo onde o mal surge em suas vidas através de jogos de azar, chats de interação onde pedófilos estão a um clic de distância e onde o bullying se manifesta através da homofobia, gordofobia, preconceito social, religioso e racial, mas também ataca todo aquele que ouse ser diferente do que a sociedade jovem convencionou como conduta média ou ser humano “popular”.

Nossos jovens adoecem, ficam expostos a toda a sorte…. maldades que por sua vez não estamos preparados para enfrentar. A necessidade de trabalhar cada vez mais horas, as longas distâncias casa-trabalho-casa, e a mudança do chamado “esquema familiar” tornou nossos lares e nossos jovens vulneráveis. Aqui saliente-se que nem mesmo o controle de celulares e computadores salva, pois cada porta que se fecha ao menos três novas se abrem.                            

Diante dessa triste constatação passei a refletir qual a conduta que nós, pais recém-saídos de um mundo analógico e que estamos chegando na era digital já permeada com a tão sonhada inteligência artificial devemos adotar?

Muitas e muitas respostas surgiram em minha mente, porém uma ganhou força e forma, a qual me parece ser o grande trunfo para atacar toda a sorte de maldade que invade a vida de nossos filhos diariamente pelos meios digitais: o amor infinito, sentido de forma profunda, convertido pelo contato genuíno e diário encerrado em conversas onde nos propomos a escutar o dia dos nossos jovens e contar os nossos igualmente, através da construção de uma amizade não hierarquizada, misturada com grandes doses de emoções onde pais e filhos se permitam brincar, rir, chorar, recíproca e diariamente, é que fará com que os malfeitores digitais deixem de encontrar espaço na vida daqueles que são o bem mais precioso de uma sociedade: os jovens.

O mundo virou digital, mas o ambiente familiar deve manter-se vivo e saudável, preferencialmente disponível, diário, intenso, auditivo, sinestésico e visual.

Fúlvio Furtado

CEO Furtado Advogados Associados

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